Coringa pode ser o vilão mais conhecido (e talvez até o mais querido) que conhecemos no mundo pop. Criado em 1940, o personagem exala um ar de mistério misturado com humor negro e sarcástico que faz parte de sua personalidade, e, até certo ponto, ser admirado por muitos.
Sua incoerência (se assim podemos dizer…) e sua falta de preocupação com todos a sua volta e até com si próprio, o faz totalmente imprevisível. Assim, tornando-o o pior inimigo do Batman.
O Coringa pra mim foi sempre a face do mal, do errado, do impróprio, do injusto. Isto baseado nas várias animações que assisti durante toda minha vida, além dos filmes e alguns quadrinhos que li com suas histórias. Pra mim, isso sempre foi claro.
Entretanto, eis que surge o filme que conta a origem do Coringa, um filme que revela seu passado e ‘justifica’ o nascimento do vilão. Pra mim, o surgimento deste filme é um ‘tiro no pé’, pois afinal, acabaria com o mistério do passado do personagem, deixando-o um pouco menos interessante.

Porém, não é o que acontece. O filme é muito bem feito! Tem uma produção de qualidade, boa direção, fotografia, figurino e todas características para ser um filme memorável, principalmente devido a excelente atuação do Joaquim Phoenix! Todavia, para mim, o filme erra no ponto principal: o roteiro.
A inversão de valores é nítida, pois o filme passa a mensagem que o Coringa tem motivos para ser o que ele é, devido a traumática infância, sendo até, aclamado pela população como resposta da classe social mais baixa da sociedade.
Será que o mal pode ser justificado? Será que há motivos para agirmos com violência? O passado pode explicar seu momento atual, demonstrar os problemas internos que ainda terá que tratar, mas não pode ser a desculpa para suas atitudes erradas. É sempre uma questão de escolha.
Quantas pessoas sofreram na infância, passaram por traumas e mesmo assim, conseguiram superar e vencer na vida? Claro, não são todos que têm a oportunidade de mudança. Mas todos têm a oportunidade de manter sua integridade.
No filme, o Coringa se torna a bandeira da revolta, da ‘justiça’ contra os oprimidos, do revolucionário. Mas todos sabemos o MAL que ele carrega. A reflexão é: Qual a bandeira que você está levantando, que na verdade, é o mal que você tem que remover?
É o cargo que você tanto almejou mas que hoje, você vê que não combina nada com você? Ou uma carreira que gera muito mais stress e desgaste físico do que satisfação e prazer? Muitas vezes carregamos coisas que não deveríamos, que já não é mais preciso. Se você não tem clareza do seu inimigo, como poderá se defender contra ele? Como poderá vencer a batalha?
Isto vale tanto para vida profissional, quanto para vida pessoal, afinal, elas andam juntas e uma influencia a outra. Então esteja alerta e não deixe a mega produção, a aclamação do público te influenciar. Mantenha o alvo no que é certo e siga adiante.